30 outubro, 2009

A perseguida

Artigo do vereador Marcelo Mendes enviado a este blog.

Uma das estratégias mais recorrentes da prefeita Luzianne Lins e tentar se vitimar quando as evidências apontam contra ela. O caso emblemático agora é o do Hospital da Mulher, objeto de auditoria do Tribunal de Contas da União apontando muitas irregularidades e sugerindo ações corretivas imediatas. Pois sabem qual foi a reação da Prefeita? Tentar desqualificar o trabalho do TCU que nada mais queria do que aplainar deslizes, atecnias e excessos — para ser civilizado — no uso do dinheiro público. Na verdade. o relatório apontava o que no jargão popular chamamos de superfaturamento.
Mas numa crise de síndrome de avestruz — a ave que enterra a cabeça no solo esperando a tempestade passar sem ter consciência de que seu corpo está todo exposto —, a prefeita prefere ignorar os fatos e apontar seu dedo contra a rala oposição parlamentar na Câmara Municipal que tenta somente fazer o seu trabalho, dentre os quais o de fiscalizar a gestão municipal.
Mas o maior absurdo estaria por vir. No caso do Hospital da Mulher a prefeita assume claramente seu papel preferido, o de vítima, quando diz que a obra está sendo perseguida pela oposição. "Os vereadores estão atrasando a obra", disse a prefeita numa reportagem publicada no O POVO de 30 de outubro. "Espero que os vereadores parem de atrasar a obra", enfatizou. Há aqui claramente uma tentativa de confundir a opinião pública. Os vereadores não estão tentando atrasar a obra. Assim como o Tribunal de Contas da União não está tentando atrasar a obra.
Quem está atrasando a obra é a própria gestão municipal que transformou o Hospital da Mulher em moeda de troca de votos em duas campanhas eleitorais de disputa da Prefeitura de Fortaleza. A prefeita "vendeu" o Hospital da mulher duas vezes e não entregou. E, pior, por falta de planejamento, gestão e orçamento. A Prefeitura, é quem está atrasando a obra.
Ora, as irregularidades estruturais apontadas pelo CREA-CE — Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia do Estado do Ceará na obra do Hospital da Mulher são fatos incontestáveis. Não são invenção do CREA. Parte de construção está afundando por erro de quem contratou e não fiscalizou e de quem construiu. Aliás, quem contratou sabia do problema há meses e tentou escondê-lo em mais um fenômeno de síndrome de avestruz..
Por fim, queremos é restaurar a bandeira da transparência na gestão da Prefeitura de Fortaleza. Bandeira esta que foi tão defendida pelo PT, e tão defendida no passado pela então parlamentar Luizianne Lins.
Queremos transparência, coerência e verdade. Não truculência retórica peculiar a quem prefere ser "a perseguida".

Marcelo Mendes (PTC) é vereador de Fortaleza.

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