Opinião do jornalista Jânio de Freitas
A cada dia uma revelação indignante, em nenhum dia alguma reação digna.
Onde está o senador Pedro Simon, imagem da respeitabilidade parlamentar, admiração unânime do país, onde está? O que foi feito do senador Aloizio Mercadante, personagem de momentos relevantes em defesa da moralidade na política e no poder?
O senador Jarbas Vasconcelos, que por muito menos sacou da sua peixeira oral e falou por mais do que Pernambuco, acha agora que uma entrevistinha é bastante? E aqueles outros, por poucos que sejam, aos quais nenhuma possível crítica interrogou sobre sua decência, nada têm a fazer agora senão curvarem-se como espectadores encabulados?
É ininteligível: não há ninguém no Senado capaz da iniciativa de propor, digamos, uma corrente, uma frente de resistência à manobra, que progride depressa, que transforma todos os abusos, as improbidades, o peculato em meros deslizes administrativos?
Na certeza de que, assim reduzidos e lançados sobre dois ou três funcionários, esses feitos de desmoralização do Senado terão o resultado de sempre: nada.
Porque a demissão, se a tanto chegar, de quem vive em casa de milhões provenientes do Senado pode apenas impedir compras desnecessárias, com alguns novos milhões já desnecessários.
Mais desalentador do que o conjunto de desmandos constatados no Senado é a passividade diante de tudo.
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